sábado, 5 de abril de 2014

Deixamos o verão?


Seria mentira se eu dissesse que não sinto saudades de você, chuchú! Saudade das tantas vezes que o verão ficou pra mais tarde (como diriam os Los Hermanos), enquanto nós desafiávamos a física de Newton no sofá da minha casa. Você lembra, é claro! A música tocava alto, e a gente se embaraçava de tal forma, que no final eu mal sabia qual era a minha perna e qual era a sua... éramos um só. E foi assim por um bom tempo.

A pergunta que até agora eu não consigo responder é: Por que diabos eu te deixei ir embora? Sabe, alguém assim como você, não se encontra em qualquer esquina hoje em dia. Eu deveria ter te amarrado no pé da mesa; ia ser o ápice da possessividade, né?! Tá, vamos lá, eu admito meus ciúmes, mas sinceramente, não ligaria em ter que dividir você com todas aquelas meninas que te cercavam na época. Sei que eu era especial em meio a todas elas. Você me fazia sentir assim!

Quando eu cantava, pra acompanhar o violão, seus olhos se enchiam de brilho e de orgulho; quando eu começava com aqueles velhos argumentos nerds ou aquelas ideologias morais a respeito da sociedade machista, etc, você me ouvia com tanto afinco, tanta atenção, que eu tinha certeza que aquilo era paixão. Nenhum casal que se preze discute sobre isso num sábado à noite com tanta coisa melhor pra se fazer, a menos que estejam de quatro um pelo outro; - aí vale qualquer assunto.

E pode ter certeza, eu tava mesmo nessa vibe. Em alguns momentos, tudo o que importava pra mim era o teu sorriso; e cá pra nós, você nunca economizava. Nem nas risadas nem no humor. Acho que a sua maior virtude, meu anjo, sempre foi essa maneira leve e displicente de encarar a vida. Era, de fato, impressionante como alguém de tão pouca idade já sabia tanto do mundo e das coisas ao seu redor. Eu ficava em êxtase. Delirava, olhando fundo nos teus olhos.

Enfim, flash backs à parte, o fato é que eu ainda te admiro como ninguém. Tenho orgulho de lembrar sempre que você fez parte de um momento inexplicável da minha história. Sabe disso. Diz pra sua namorada que ela tirou sorte grande. Pegou na loja de antiguidades a peça mais rara - de valor inestimável, principalmente pra mim; e que se ela der mole, eu tomo de volta, sem pestanejar. Como diria meu professor de Sociologia: “a história sempre retrocede ou se repete”. Vai que a nossa se esbarra por aí, num desses dias quentes de sol a pino...

Prometo estar aqui, como sempre estive, no sofá, te esperando pra deixarmos juntos o verão pra mais tarde!


Capitolina Pinheiro

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

As meninas da Hashtag !


#Amor #Beach #Friends #AdoroHashtag #SouChataPacaceteComIsso #InstaLife #DoisBeijos #SouPiriguete #CamaroteVip #SóPegoRyco #Status #Recalque #Poderosa #PartiuI9 #LifeBarraMusic #Calor #Família #MamiDeusa #MostroTudoNaCam #Malhando #TreinoPesado #ProjetoVerão #AmoMeuBumbum  #NovaTatoo #CarpeDiem #SóDeCarro #NemTenta #Ousadia&Alegria #MigaMusa #SeLigaNosMeusPeitos #Tirei10FotosPraAproveitarEssa #CurteComentaCompartilha #SolteiraSimSozinhaNunca #DesculpaDeEncalhada #JáTáUmSacoEssaBostaDeHashtag #Chatiada #HojeEuSoQueroQueOdiaTermineBem #JustinMyLove #NeymarGato #TeEsperandoLuan #NãoTenhoMaisOqueFazer  #AnoNovoVidaNova #Tenho1000AmigosNoFace #NaVidaRealTenho2 #Facebunda #MinhaBundaNaPraia #MinhaBundaNaPiscina #MinhaBundaNaAcademia #MinhaBundaNaNet #MinhaBundaNaTV #MinhaBundaNoWhatsapp #MinhaBundaNoXVideos  #MinhaBundaRoxa              #PapaiBateu            #PapaiMalvado.

Capitolina Pinheiro

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Na Minha Paris ...



Aqui, na minha Paris, não tem Torre Eiffel. É só um abajur em forma de pirâmide, enfeitado com luzes coloridas que servem para amenizar o breu do ambiente. É o meu ponto de referência; em muitas noites minha única companhia. Em cada brilho de luz parece conter uma palavra, e eventualmente, juntos, conversamos madrugadas inteiras.

Aqui, na minha Paris, não tem Basílica Sacre Couer. Mas tem um cantinho de orações muito aconchegante. Também é dedicado ao Coração de Cristo e ali, faço minhas preces todos os dias às 3 da tarde, na hora do Espírito Santo. Peço pela minha mãe e pela minha vozinha  que anda meio doente. Agradeço pelo Dom da vida e pelo pão de cada dia, que Papai do Céu me deste em abundância.

Aqui, na minha Paris, não tem Museu do Louvre nem d’Orsay. As expressões artísticas são simples e humildes, mas lindas, encantadoras. Não é nada comparada à arte grega antiga ou às pinturas do período renascentista, mas são fotografias de objetos, pessoas e paisagens que transbordam sentimento, assim como qualquer outra expressão de arte que se preze.

Aqui, na minha Paris, não tem Arco do Triunfo. Na verdade, nem caberia. Mas eu improvisei com outro monumento. Há uma espécie de escada, igual a do Arco, mas de ferro, que sobe para um outro patamar e propicia aos observadores uma visão altamente privilegiada. Napoleão também se agradaria, eu acho. 

Aqui na minha Paris, não tem Moulin Rouge, mas pode ser tão animado quanto lá. Bebida nunca falta, já os convidados eu não sei. A vitrola ainda funciona, e eu, dependendo da hora, até me arrisco a dançar. Danço pra esquecer o que há da porta pra fora. Pra animar a vitrine e mostrar pro psiquiatra que eu não tenho mais esse negócio de síndrome do pânico. Acho que ele só acredita quando eu saio do meu quarto pra ver o sol (eu odeio isso). O que ele não entende é que aqui é a minha Paris, meu espaço reservado. Não preciso de mais nada, nem de ninguém. Sou só eu e ela. Portas trancadas. A sós.

Capitolina Pinheiro

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Desabafo!



Desculpem-me se eu não tenho o que falar, mas ninguém nunca me ensinou as palavras certas. Perdoem-me pela falta de educação, mas a porta da gentileza nunca se abriu pra mim. Podem me julgar mal, os que não me entenderem, afinal, eu não nasci com o dom de ser bem recebida. A vida me passa uma rasteira atrás da outra, e da última eu ainda não consegui me levantar.

Eu vejo os padrões perfeitos de beleza na TV e não me identifico com nenhum. Leio típicas receitas de bolo para se feliz, mas nenhuma delas me satisfaz. Descobri que meus grandes heróis foram vencidos pela corrupção ou se renderam ao capitalismo. Minha forma original de pensar nunca passou de um plágio mal feito da ideologia de um burguês. Os números estão fora de ordem e as palavras foram manchadas pela tempestade da madrugada.

Se o grito por revolução não pode mais ser ouvido, é sinal de que não existe mais esperança de salvação? Fomos engolidos pela máquina mortal (e imortal)? Eu sempre sonhei com a Liberdade, já dizia Cecília Meireles “A liberdade é o sentimento que o sonho humano alimenta. Não há ninguém que explique, mas ninguém que não entenda.”. Lindo né?! Mas eu discordo. Ninguém mais entende o que é ser livre.

Liberdade foi confundida com Libertinagem. A pornografia e o aflorar precoce da sexualidade nos fazem desacreditar do futuro próspero da sociedade, e embaça nossa visão, prejudicando a clareza para a nova percepção de mundo.

Mas eu nunca perco a fé.

É mais uma das coisas que ninguém me ensinou, mas como diz o padre, fé é porta que se abre por dentro. E sendo assim, ninguém poderia mesmo tê-la aberto por mim.

Um dia a gente ergue os olhos. Abre as cortinas de manhã pro amor entrar. Trata com mais carinho as crianças marginalizadas da nossa cidade. Investe pesado na educação do país. Dá oportunidade a quem tem fome e emprego a quem tem família. Porque no resto a gente compensa com trabalho suado, sorriso no rosto e alegria no coração.

Ufa... desculpem. Foi só um desabafo!

Capitolina Pinheiro

domingo, 16 de setembro de 2012

Quase Feia !



Acho que eu sou quase feia. Tenho olhos castanhos, pele castanha, cabelos castanhos... sou uma pessoa castanha, digamos assim. Não sei fazer poses sensuais nas fotos tipo aquelas tchutchucas do facebook, mas compenso com uma ótima conversa. Tramas e romances com meninos, vivi poucos. Não que eu tenha vivido muitos com meninas, mas quero dizer que não sou desse feitio que curto a vida a essa maneira. Admiro quem faz, deve ter muito mais histórias pra contar do que eu, mas infelizmente o mundo me educou de forma diferente.

Sou mais reservada, mais tímida, não virgem, mas não saio dando pra todo mundo que anda de Corolla por aí. Aliás, hoje em dia isso é um diferencial e tanto. Não sou feia de tudo, tenho lá minhas qualidades: cabelos lisos, seios sem estria, sorriso com covinha e faço um ótimo cafuné. Uso óculos também, isso conta como negativo, né?! Se bem que agora é moda usarem esses, tipo os meus, grandes e redondos. Involuntariamente passei de nerd à estilosa. Mas não ameniza a minha neura.

Uma vez um garoto me disse que eu era “mulher a longo prazo”. Pelo que percebi, ele se referiu ao fato de que meu estereótipo não é tão interessante, mas minha maturidade precoce e minha capacidade intelectual são características que conquistariam qualquer cara que tenha a intenção de arranjar companhia pro resto da vida. Não sei se tomo como crítica ou elogio, mas achei muito pertinente a observação.

Creio que me enquadro aí: Menos sexy, mais romântica; pouco provocante, bem previsível talvez; eu diria até que não tenho nada de mais, de menos sim. Talvez seja esse o meu problema, ‘falta de peculiaridade na beleza estereotipada’.  Daria tudo pra ter nascido com olhos azuis, bunda grande, cintura fina, sei lá... essas coisas que fazem parte do padrão de beleza idealizado pelo público feminino com o intuito de seduzir homens e invejar mulheres.

Se ler Foucault fosse sensual eu juro que seria feliz.

Capitolina Pinheiro

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Pé no Chão, Bobão !



Ei, menino tolo, 
Tá se achando demais no seu novo habitat, né?!
Pois bem, vou lhe explicar o único motivo do seu sucesso:

“Em terra de cego quem tem um olho é rei.”

Capitolina Pinheiro

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O idiota mais lindo da minha sala



Ele é um idiota. Um idiota lindo, mas um idiota. Nenhum garoto maduro que se preze usaria “testículos”, “segura”  e “peludos” na mesma frase.  Soaria um pouco virgem demais. Mas se tratando do seu caso é bem corriqueiro, já que não consegue manter uma conversa de mais de 15 minutos com uma garota sem fazer uma piadinha de duplo sentido.

Às vezes eu desconfio de que tudo isso é só pra aparecer, mas me pergunto logo depois: aparecer pra quem? Qual menina acharia ele o máximo porque sabe rimar “Academia” com “Te comeria”? Que garota imbecil acha isso atraente? Eu não vou negar que ele tem olhos lindos e um peitoral escandalizante, mas nada que dê pra suprir sua falta de cérebro.

Eu já pensei em arrancar-lhe a língua. Talvez calado ele fosse o homem perfeito, né?! Mas ficou só na vontade mesmo, depois de alguns dias de convivência perdi completamente o encanto. Ele não consegue, nem por um momento, segurar suas asneiras na boca, ou conter alguma atitude infantil. E por mais definidos que sejam seus bíceps, volto a dizer que não dá pra passar indiferente à ausência de neurônios...
Se algum dia na vida eu ficar surda, peço ele em casamento. 
Caso contrário, prefiro ficar só no “Bom dia” mesmo ! 

Capitolina Pinheiro