Ouço desde pequena, por todos os cantos, uma ladainha infinita que diz assim:
“Tudo que começa mal, termina mal.”
Desculpa, mas eu discordo pelo seguinte motivo:
Eu e meu amor nos conhecemos em uma roda de samba (eu odeio pagode), ele derrubou um copo de cerveja na minha blusa nova, e riu depois de ver a minha cara de desespero. Coincidentemente ele era o melhor amigo do meu primo, e desta forma nos aproximamos.
Eu odiava cheiro de cigarro, e ele fumava dois maços por dia; eu era fã do Sebastian Bach e ele tinha aversão a música clássica. Eu tocava piano, e ele cavaquinho.
Eu fazia Cinema na PUC e ele trabalhava numa locadora do centro. Ele tinha três cachorros e dois gatos, e eu tinha alergia a pelo de animais.
No fim de semana eu preferia ir pro sítio, mas ele não abria mão de pegar onda.
Ele ama o sol, eu adoro a neve; ele assiste futebol, eu odeio coisa bege.
Ele ama um bom churrasco, eu sou vegetariana;
ele gosta no chão, eu prefiro na cama.
É... não sei, mas se isso não anula aquele velho ditado, eu acho muito mais plausível deixar de lado a sociologia das ladainhas e acreditar verdadeiramente na ciência, e na lei que rege o universo: “Os opostos se atraem!”.
Capitolina Pinheiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário